quinta-feira, 31 de julho de 2008

Karaté

A origem e história do Karaté é muito incerta.
Não existe mesmo uma data ou uma época em que possamos verdadeiramente definir o princípio do Karaté. No entanto, reportando á bibliografia da especialidade, todos os historiadores, autores e mestres que escreveram sobre este assunto são unânimes em estabelecer a ligação com o nome do patriarca do Zen, "Bodhidarma" estritamente ligado ás primeira formas de Karaté como método de combate e ao mesmo tempo exercícios em que o corpo e espírito participariam com uma noção de indivisibilidade, que permitiriam ao homem a ascensão à "verdade única", quer dizer, a um estado de iluminação e de clareza que lhe daria o verdadeiro conhecimento e a paz de alma.
Recuando ainda mais através da história, contam certos manuscritos antigos que viveu na Índia um príncipe que passava o tempo a observar os animais nos seus combates e analisava atentamente os seus movimentos. Ele classifica todas as suas observações e tenta transpor um certo número de técnicas de combate dos animais de pressa e voo para serem utilizadas pelo homem. Numa segunda etapa, o mesmo príncipe sacrifica algumas centenas de escravos na busca exacta do sítio onde se encontravam os pontos vitais do corpo humano. Esta lenda, verdadeira banho de sangue inútil, não tem todavia qualquer relação com a utilização milenária chinesa, dos métodos de "Acupunctura", o processo de picagem com agulhas nos pontos principais sensitivos, para reanimação e até cura de certas doenças.
Também na china o Karaté era conhecido há cerca de 5000 anos, onde era praticado, contudo, com um sentido mais ginástico, (mas sempre como imitação simplificada do movimento de ataque e defesa) destinado a manter o equilíbrio e diminuir a tensão nervosa. A fonte de inspiração foi ainda a observação dos animais ferozes como o tigre, a águia, etc.. Esta imitação dos animais tem, contudo, um sentido lógico e extraordinariamente concreto. Com efeito, se estudar-mos atentamente o ataque da pantera, o chamado "bote felino" encontraremos uma velocidade de ataque relâmpago e sempre ao ponto sensível dos animais carnívoros, a veia jugular.
O próprio avanço, recuo, voltagens, esquivas dos movimentos de Karaté, assemelham-se aos dos felinos em combate. É óbvio que um karateca a nível elevado pode enfrentar com êxito, em luta de vida ou de morte, qualquer tipo de animal, mesmo um leão ou um tigre.
Contam certa lendas orientais que existiu um guerreiro japonês, já em épocas recentes, que, para divertimento do seu príncipe, enfrentava com as mão vazias qualquer animal feroz, aniquilando-o a golpes de Karaté, a ponto de esmagar o próprio crânio da fera. Já mais recentemente, em 1953, Mestre Oyama, o famoso karateca coreano inventor do estilo Kiokushinkai, diante de um público numeroso, enfrentou um touro bravo de 600 kg., abatendo-o com um golpe sobre a testa depois de lhe haver cortado os chifres tendo sido toda a cena registada e filmada.
Ainda voltando ás origens do Karaté, está definitivamente estabelecido ter sido na China, com a técnica de combate designada Kempo, que avançou mais a técnica, sobretudo procurando a maior velocidade possível de execução.
Esta arte era de inicio reservada aos nobres, desenvolvendo como desporto popular na dinastia de "Han", cerca de 300 anos antes de Jesus cristo. As técnicas de combate sem armas desenvolveram-se mais na China, com a vinda da dinastia "Ming". A espantosa imaginação criadora dos chineses, (libertados da invasão Mongólia de "Gengis-Kan"), deu lugar á criação de novos métodos de combate sucessivamente aperfeiçoados.

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